É normal que os estudantes que moram fora da sua cidade natal, vá visitar a família durante os feriados prolongados, foi o que fiz no feriado de carnaval. No dia 16 de fevereiro de 2012, sai de Vitória da Conquista com destino a Eunápolis. Devido ao horário em que podia viajar só havia passagens na empresa Novo Horizonte, ainda por sorte achei as duas ultimas, para mim e o meu namorado, no ônibus extra das 9 horas da noite.
O transtorno começou assim que entramos no ônibus, muitas poltronas estavam sem número, e as que continham, estavam todos embaralhados, encontrando-se o 12 ao lado do 27, por exemplo. As pessoas se agitaram no ônibus até achar um lugar que fosse confortável para prosseguir a viagem, coisa essa que seria difícil, pois muitas, melhor dizendo, todas as cadeiras se encontravam quebradas, umas não se reclinavam, outras estavam totalmente afundadas no chão, furadas e até mesmo com o tecido cobrindo somente a madeira, fazendo com que o passageiro viajasse 5 horas em um lugar duro e desconfortável.
Quando enfim conseguimos todos nos sentar, a viagem começou, já assustadora. O ônibus fazia muito barulho, como se a qualquer momento fosse explodir, era um barulho de pneu “cantando” em todo o trajeto, sem contar no balanço que ele fazia na rodovia, parecendo que ia virar a todo instante. A viagem que muitas vezes fiz dormindo, dessa vez me trouxe desespero e medo em todas as 5 horas até chegar em casa. O motorista parecia estar acima da velocidade permitida, tendo que frear bruscamente em todas as curvas, o que fazia o ônibus se balançar ainda mais e aumentar o seu barulho irritante.
Não é a primeira vez que as viagens na empresa são frustrantes, já é marca registrada seu mal atendimento aos passageiros, desconforto, precarização dos veículos e insegurança durante as viagens, sendo por isso apelidada de “terrorizonte”. No ano de 2011 fiz muitas vezes essa rota Vitória da Conquista/Eunapolis, e quando por vezes tive o azar de só achar passagens na empresa Novo Horizonte, todas elas foram viagens inseguras, pois todos os seus ônibus, podendo eu falar com clareza dessa rota, apresentam defeitos. Já viajei em um ônibus que parava a cada 30 minutos, e não conseguiu subir a ladeira do Marsal, fazendo-nos esperar quase duas horas lá em baixo por outro veículo também precário.
Em dezembro, por exemplo, um ônibus da Novo Horizonte, capotou em uma curva próxima a Potiraguá, levando a morte um passageiro e o cobrador, está certo que acidentes por muitas vezes acontecem, mas os passageiros deram depoimentos de que o ônibus viajava em altíssima velocidade e com todos os problemas já ressaltados nesse texto, aumentando assim os riscos de ocorrer um acidente muito mais grave.
Para que se certifique a má conduta da empresa vale ressaltar que vivemos eu e todos os passageiros o mesmo transtorno e insegurança na viagem de volta para Vitória da Conquista, no dia 22 de fevereiro, parece até gozação, mas parecíamos estar no mesmo ônibus novamente, pois apresentavam todos os mesmos defeitos do que me levou para Eunápolis naquele dia 16 de fevereiro, porém esse além de todos os outros impasses apresentava um teto rachado, emendado com fita isolante e papel alumínio.
É uma vergonha que submetam seres humanos, que pagam caro por esse serviço, a uma viagem que põe em risco toda a sua vida, pois os riscos de acidentes graves são altíssimos, tanto quanto de assaltos na beira das estradas, pois os ônibus quebram a todo o momento, no meio do nada e da escuridão. Falta respeito!