quarta-feira, 11 de julho de 2012


A melhor maneira de falar sobre a realidade é vivendo-a
Relato sobre ocupação de terra
MTD – Movimento dos Trabalhadores Desempregados

Laysa de Gouveia – Lalay.

Certamente as pessoas que passavam pela BR naquela madrugada, não entendiam nada do que estava acontecendo. A luta popular se encontrava ali, travando mais uma batalha, rumo à vitória.
Tudo se inicia às 10 horas da noite de sábado, 2 de outubro, quando saio de casa em destino ao assentamento Zumbi dos Palmares, tendo firme em cabeça que naquela noite iria vivenciar uma grande experiência em minha vida, tendo a oportunidade de colocar em prática algumas de minhas teorias pregadas sobre “a luta popular”. Chegando ao destino conheço pessoas simpáticas, com quem logo me envolvo com conversas e risos. Negão (um dos assentados) nos dá alguns informes de como será a noite e então esperamos o cair da madrugada entre partidas de dominó.
Chegada a madrugada, juntamente com ela o frio de aproximadamente 16º. Caminhamos todos em direção ao Acampamento Santos Dias para nos juntar aos outros companheiros de luta. Para clarear a mente dos leitores: o termo “assentamento” se dá quando à emissão de posse e as famílias passam a ter seus lotes. Já o termo “acampamento” designa a fase em que as famílias se encontram ainda na beira da pista, em seus barracos, aguardando a desapropriação das terras.
Tudo pronto, partimos BR adentro rumo a “terra prometida”. Vale ressaltar o quão lindo estava o céu naquela noite, totalmente coberto pelas estrelas. As pessoas que ali estavam traziam consigo muitas histórias, que eu ouvia conforme andava entre elas. Histórias como a de uma senhora, que a 7 anos se encontra acampada no Acampamento Simões Filho, e veio de lá juntamente com outros companheiros para ajudar-nos no processo inicial. Relatos de batalhas, fé e esperança de que aquela terra seja finalmente sua por direito. Todos os presentes traziam ali força de vontade, dedicação e disposição sem igual, afinal, na luta do povo ninguém se cansa.
No caminho era solicitado silêncio, em prol do sigilo, mas os jovens não davam sossego. Terra a vista! O momento do corte da cerca chegou a me emocionar, ainda custava a acreditar que estava tendo a oportunidade de estar ali, em um momento tão importante quanto este. Terra a dentro, desbravamos entre o desconhecido para reconhecimento do local. Tarefas foram divididas e o levante dos barracos começou a ser realizado. Vinha a minha cabeça muitas vezes a marginalização da mulher quando usado o termo “sexo frágil”. Ali todos eram guerreiros, fortes, de luta, em completa sintonia e igualdade. Homens e mulheres misturavam-se nas tarefas entre preparo do almoço e levante do barracão principal. Eu particularmente passei a manhã toda catando feijões e interagindo com os companheiros, no intuito de reconhecimento de suas realidades.
Onde está o povo brasileiro, tem sorriso no rosto. Animação também não faltava em nenhum segundo naquele lugar. Em alguns momentos montava-se uma banda improvisada, com direito a coral de criancinhas. Assim que a sanfona tocava, os sorrisos e danças espalhavam-se sobre o acampamento, das mais variadas formas. “Vocês são sem terra, mas não são sem esperança, sem coragem, sem fervor revolucionário (...)” – Frei Betto.
Entre tantos pensamentos que me “perturbavam” sobre todo aquele dia, imaginava o que seria daquelas pessoas se não estivessem ali, qual seria a realidade reservada para eles. Estariam com certeza sujeitos a trabalhos quase em condições escravas e de baixo salário, dependendo dele para pagar aluguel e sustentar toda uma família, enquanto aquela terra estaria sendo inutilizada, desperdiçada. As crianças, que passaram o dia em completa diversão, correndo entre os espaços, talvez estivessem entregues ao tráfico, à marginalização. Entre todas as indagações que fazia a mim mesma em pensamento, entendia por que eles estavam ali, porque aquelas terras pertencem a eles e os direitos que tem sobre elas.
Talvez a parte mais difícil do dia tenha sido a ida ao “banheiro” que de fato não existia. As mãos que permaneceram sujas me traziam um orgulho profundo. Medo só me bateu em um momento, quando foi encontrada uma cobra. Medo pela vida dos meus companheiros. Imaginava se não apareceriam ali outros insetos que os atacassem antes de serem vistos. A grande cobra venenosa não saiu dos meus pensamentos até agora.  O almoço realizado num fogão rústico feito ali mesmo com a casa dos cupins estava verdadeiramente delicioso, organizados em filas esperávamos a serventia nos pratos, que depois foram lavados com a água de um cano estourado frente a pista, e foi nesse ritual de almoço familiar que me despedi dos companheiros até o próximo encontro. Em momento algum eu desejei estar em qualquer outro lugar se não ali.
Após aquele dia de convívio, no caminho para casa me vinha às relatorias do senso comum, dotadas de preconceitos sobre as ocupações realizadas pelos sem terra. E digo OCUPAÇÕES e não INVASÕES, como são relatadas na grande mídia. Quantas dessas pessoas passaram pelo menos um dia sequer ao lado deles? Quantos tiveram o mínimo desejo de conhecimento de suas realidades antes de sair formulando idéias dotadas de falsidades? Quantos pegaram nas enxadas, capinaram os campos, cortaram as madeiras, amarraram as lonas? É realmente necessário que todos reavaliem o que andam lendo por aí, reproduzindo por aí, principalmente o que parte de um burguesia que pouco se preocupa com as lutas populares e só fomentam o desejo exacerbado pelo lucro, através da exploração dessas pessoas. Se a grande riqueza brasileira fosse dividida de forma igual, terras não precisariam ser ocupadas, pessoas não precisariam viver em baixo de lonas pretas, sujeitas a chuva, ao frio, insetos, em condições miseráveis. E ainda reproduzem por aí que os ocupadores são os vilões... Há séculos a burguesia está invadindo o nosso direito a vida, nos deixando não só sem teto, mas sem alimento, segurança, educação, trabalho, saúde, enfim... Sem vida digna.







A política como vantagem – Marco Aurélio Nogueira

Comentado por Laysa de Gouveia
II Semestre de Comunicação Social
Ao professor: Andrews Pedra Branca

Quantas vezes não ouvimos um irmão, amigo, tio, ou até mesmo nossos pais falar mal da política no Brasil, que político nenhum vale nada e o mundo não tem mais jeito? É uma triste realidade, mas somos hoje levados a sermos seres apolíticos, apartidários. O que conhecemos sobre a política é corrupção, roubos, mentiras, nos querem e nos fazem apolíticos, não críticos, não pensantes. O governo teme nossa reação, por esse motivo propaga a ‘política’ como aquela simplesmente partidária, em que muito não se pode fazer, pois só existem ratos no planalto central. Mas podemos sim, e podemos muito!
Necessitamos de uma organização e de uma maior participação na vida pública e política da nossa nação. A quem serve nossa atitude apolítica, apartidária? Logicamente aos governantes que detém as armas para a nossa manipulação, precisamos nos levantar. Enquanto os políticos usam da política para tirar-lhes vantagens, devemos fazer dela uma vantagem para a nossa libertação social.
É deflagrado na mídia a todo o momento que o mundo não tem solução, as pessoas como mentirosas, corruptas, trapaceiras, umas contra as outras a todo o momento. Isso é uma irrealidade, não somos demônios sobre a terra. Mídia... Mais uma arma do governo, como não? Usada para manipular a população, e bem usada. De maneira silenciosa e rasteira lá vem ela manipulando nosso pensamento, nos fazendo ficarem horas frente à TV, ingerindo programações atrasadas, que nos levam ao retrocesso.
E a polícia então, com todas aquelas armas de apagar ideologias. Igreja, organizações políticas, a própria constituição familiar. Parece muito difícil lutar contra tantas e tantas armas não? Não! Somos muitos e somos fortes, quando por fim estivermos todos juntos, então venceremos. Deveríamos todos ser políticos, numa sociedade sem politicagem. Vigiarmos desde o que jogamos na rua à distribuição de renda para cada família.
Fazer política não significa fazer politicagem. Discutir e ser político significam ser lutador, não se conformar, não se calar e principalmente agir em função de um ideal que se acredita ser possível, palpável e verdadeiro.
“Por mais importantes que sejam os discursos, por si só não conseguem vencer as barreiras do senso comum. É necessário que interpretem os fatos diante do indivíduo o chamando a se posicionar. A construção de uma nova forma de fazer política a partir de baixo pressupõe o diálogo entre acontecimento e palavras, que pouco a pouco semearam dúvidas, dando sentido a revolta, mexendo com a indiferença, resgatando a dignidade, não deixando que outros pensem e ajam em nosso nome.”

Greve das escolas estaduais na Bahia


Há mais de 60 dias paralisados, os professores da rede estadual de ensino da Bahia permanecem com as atividades paralisadas em busca de melhorias nas condições de trabalho para a categoria. “Nós temos escolas sucateadas, nós temos falta de professores, existe muita debilidade em todo o processo” diz o coordenador executivo do LUTE (Liga Unificada dos Trabalhadores em Educação), Enoque Matos, ao avaliar as atuais condições da educação na Bahia (estado que possui o sexto maior PIB do Brasil). Em greve, os docentes reivindicam o cumprimento da Lei do Piso Salarial.
Para o que a Lei do Piso seja obedecida, os professores querem um aumento salarial de 22,22%, para todos os profissionais da área, inclusive aposentados. “Nós temos uma lei federal, que é a Lei do Piso Salarial Nacional, que foi votada pelo Congresso Nacional em 2008, foi sancionada pelo presidente Lula. Logo após ser sancionada, cinco governadores entraram com uma ação de inconstitucionalidade no Supremo (Tribunal de Justiça), entre eles o Governador da Bahia, Jaques Wagner. O STJ, por sua vez, declarou constitucionalidade a Lei do Piso no ano de 2011. “Ocorre que na mesma lei do piso estabelece um fator de correção do salário da carreira inicial de professor. E esse ano, esse percentual está em torno de 22,22%”, explica Matos.
O reajuste foi calculado com base no crescimento do valor mínimo por cada estudante, pesquisa realizada pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB), porém o governador do estado afirma que o pagamento é completamente inviável, pois geraria um rombo de R$ 412 milhões na folha de pagamento do Estado e alega que os professores apoiaram o aumento de 3% em 2012 e 4% em 2014. “O Governo estabeleceu um acordo com a categoria no ano passado, onde foi estabelecido um cronograma de reajustes de até 2014”, destaca o diretor da DIREC-20, Ricardo Costa.
No dia 13 de abril, o Tribunal da Justiça (TJ-BA), considerou a greve ilegal. Após a decretação da ilegalidade da greve, o governo do estado cortou o ponto dos professores das escolas que não estavam funcionando, “não podemos pagar por um serviço que não está sendo realizado” assim se justifica o Governo que se propõe a dialogar, porém somente após o retorno dos professores às salas de aula. “Além do salário do professor, o Governo cortou o empréstimo consignado na rede credenciada, ele cortou o crédito dos professores na Cesta do Povo. O que nós entendemos que foi uma forma que o governo encontrou para tentar criar um desgaste para a categoria, no entanto ele fortaleceu ainda mais o movimento”, retrucou o coordenador do LUTE.  
A APLB (Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Bahia) afirma que 90% dos profissionais apóiam a paralisação. Os professores de Vitória da Conquista apoiam o movimento e estão parados há dois meses. Cerca de 10 mil estudantes estão sem aula, na cidade. As autoridades dizem que a maioria das escolas não apóia a greve, mas os professores afirmam que cerca de 80% das escolas estaduais da cidade estão paradas. O diretor da DIREC-20, Ricardo Costa discorda dos dados apresentados pelo LUTE e diz que “a greve chegou a atingir 75% das escolas de Vitória da Conquista, mas aos poucos ela foi reduzindo. Hoje nós temos apenas 35% das escolas paralisadas parcialmente ou totalmente”.
Para Enoque, os alunos da rede estadual de ensino não sofrem prejuízos, uma vez que o processo de greve também é um processo educativo, que mostra ao estudante que ele tem que correr atrás de seus direitos, o direito não vai chegar até ele de forma automática. “Do ponto de vista da aprendizagem de conteúdo, nós não vemos nenhum prejuízo por que teremos a reposição das aulas”. Porém, para o diretor da Direc-20, os maiores prejudicados são os estudantes. “Após retornar às atividades, nós iremos adentrar até o ano de 2013 e o calendário especial traz prejuízos aos alunos”.
A União Municipal dos Estudantes Secundaristas Conquistenses – UMESC, na figura de seu presidente, Glauber Rocha, diz que deseja o fim da greve, mas que apóia a luta dos docentes. “O professor é o alicerce da sociedade, sem ele não existe nenhum tipo de profissão. O professor precisa ter o seu direito cumprido. A UMESC quer sim que a greve acabe, mas a gente também não quer que os professores saiam com as mãos abanando” ponderou Rocha.
Após 60 dias de paralisação o Governo chamou a categoria docente para o diálogo, porém sua proposta se mantinha escalonada, atendendo o aumento de 22,22% com reajuste nos meses de novembro de 2011 e abril de 2013. Os professores, por sua vez, cientes de seu direito negaram-se a atender os desejos do governo.
Vale lembrar que essa é a segunda greve de grandes proporções encaradas pelo governo de Jaques Wagner só em 2012, já que em fevereiro a Polícia Militar também paralisou as suas atividades por 12 dias deixando a população amedrontada pela falta de policiais nas ruas das cidades de todo o estado.




Ocupação do Banco do Brasil - MPA


Na manhã do dia 30 de maio, dando continuação a sua jornada de lutas, o MPA – Movimento Dos Pequenos Agricultores ocupou mais um órgão público de 17 estados do país, e hoje foi à vez do Banco do Brasil, que no caso de Vitória da Conquista é gerenciado por um homem extremamente grosso e intransigente que atende pelo nome de Valdir Canguçu.
Há anos os Pequenos Agricultores vêm sofrendo com a intransigência do referido gerente, que se negou por vezes até mesmo recebê-los para renegociação de suas dívidas, por isso estão em luta para que a gerência do banco seja mudada, com gritos como “aha uhu fora canguçu”, pediam a substituição do gerente. Os camponeses querem ainda poder abrir créditos no banco para financiar a agricultura que alimenta o Brasil, já que são proibidos a anos de realizar essa transição devido às dívidas que o banco se nega a renegociar.
Os lutadores e lutadores do MPA infiltraram-se na agência do Banco do Brasil um a um, e por volta das 11 horas da manhã o banco foi declarado ocupado. Com muita cantoria, gritos de ordem, bandeiras, violão e muita garra os camponeses permaneceram na agência por duas horas sem mínima manifestação do gerente ou do superintendente. Após muita insistência e descobrir uma mentira dita pelo gerente Canguçu que afirmou aos ocupantes que o superintendente não estava presente, dois companheiros foram então encaminhados para uma conversa no andar a cima da mobilização. Enquanto os companheiros da coordenação do movimento de Vitória da Conquista dialogavam com o gerente e com o superintendente a ocupação continuou na área dos caixas eletrônicos, com muita cantoria e gritos de ordem em nome das lutas do campo.
A intransigência do gerente da agência se mostrava em todos os momentos da ocupação. A polícia militar foi acionada assim que o espaço foi declarado ocupado, e como na maioria, se não em todas às vezes, se colocou ao lado dos poderosos, sendo completamente grosseiros com os ocupantes. Inclusive, dois policiais apareceram com metralhadoras, numa ocupação de cunho completamente pacífico. De um lado estava o povo que luta por direitos, do outro a polícia que viola direitos. Os ar condicionados foram desligados logo após ter dado início a ocupação a fim de incomodar ou fazê-los desistir, mas da luta do povo os camponeses não se retiraram. Foram ainda completamente proibidos de fazer uso dos banheiros do banco, banco do Brasil, dos brasileiros...(?)
Por fim, após três horas de ocupação os companheiros desceram com os informes da reunião. Foi acordado com o Banco que na tarde de amanhã (31 de maio), os camponeses poderão ir à agência para renegociar suas dívidas. Pagarão então 3% do valor da dívida e renegociarão o restante. Quando 20% da divida estiver paga poderão então fazer um novo crédito. O sistema de crédito usado pelos pequenos agricultores é o PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). O programa financia projetos individuais ou coletivos que gerem rendas aos agricultores e assentados da Reforma Agrária.
A luta se estenderá em Salvador, já que o Banco do Brasil se propõe a financiar os créditos do PRONAF somente para o monocultivo da mandioca, e o movimento entende todo e qualquer monocultivo como prejudicial à agricultura brasileira, a luta continua para que eles possam plantar todos os vegetais que desejam afinal ninguém se alimenta só de mandioca, e são os camponeses responsáveis pela alimentação de 70% da população brasileira.

Ainda em março foi aprovada pela Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional, a criação de um fundo de investimento para o agronegócio. Sim... Aqueles que produzem alimentos cheios de venenos, que prolifera o câncer, má formação de bebês, abortos espontâneos, entre tantos outros problemas a saúde humana. Há um investimento de 8 bilhões de reais para o agronegócio. Em sua jornada de lutas o MPA defende também a agricultura camponesa, livre dos venenos do agronegócio.
Se de dia os camponeses vão à luta, de noite se recolhem para estudar. Durante a jornada de lutas, os camponeses do MPA separam todos os dias um espaço para a formação dos seus militantes, pois entendem a importância da educação para todo e qualquer ser humano, espaços esses alguns dias facilitados por estudantes e professores da UESB. Fazem ainda uma crítica à educação brasileira, que está sendo sucateada pelos nossos Governantes, e ainda mais a educação no campo, que não conta com profissionais habilitados para trabalhar com as pessoas que têm realidades diferentes das criadas no meio urbano. Lutam ainda pela reabertura e melhoramento das escolas na zona rural, já que boa parte delas foram fechadas e as que ainda funcionam seguem cada vez mais sucateadas. 



quarta-feira, 30 de maio de 2012

Camponeses do MPA ocupam Receita Federal de Vitória da Conquista reivindicando direitos do povo do campo!

Os camponeses que se organizam no Movimento dos Pequenos Agricultores estão realizando a Jornada Nacional de Lutas, que vai de 28 de maio a 01 de junho. Dez mil lutadores e lutadoras fizeram protestos em 17 Estados do país e no Distrito Federal. Só na Bahia o movimento promoveu protestos em 3 órgãos públicos, reivindicando direitos que há tempos vêm sendo desrespeitados no Brasil.
Na cidade de Vitória da Conquista não foi diferente. Pela manhã do dia 29 camponeses e apoiadores se reuniram e marcharam nas ruas do centro da cidade levantando bandeiras e gritos de ordem até a Receita Federal, mostrando à comunidade urbana a cara do povo do campo.
A partir das 10 horas da manhã a Receita Federal de Vitória da Conquista foi ocupada pelos militantes do MPA. A ocupação e as negociações foram pacíficas, menos para alguns policiais federais, os quais agiram com truculência contra companheiros e companheiras; conta-se 5 agressões físicas devido a ação violenta desses profissionais.
Algumas das ações a serem cobradas ao Governo Federal:
* Solucionar definitivamente o problema do endividamento agrícola;
* Implementar um programa massivo de habitação rural;
* Criar uma linha de crédito subsidiado para a produção de alimentos;
* Fortalecer a CONAB com estratégias para a soberania alimentar brasileira;
* Transformar a PAA em Política Pública e ampliar seus recursos;
* Criar um programa massivo de pequenas agroindústrias tendo em vista as demandas            oriundas da PAA e PNAE;
* Criar um programa massivo de transição para a agroecologia;
* Reconhecer e criar um programa publico de pagamento por serviços socioambientais;
* Reabertura das escolas no campo e adaptação dos currículos para a realidade camponesa;
* Criar bolsa permanência para estudantes e recém-formados para que permaneçam no campo trabalhando;
* Ligação imediata de energia para todas as família cadastradas no Luz Para Todos;
* Cooperativas de produção de energia renovável;
* Criar mecanismo que permitam ao governo reação emergencial para problemas de catástrofes ambientais;
* Ajustar o funcionamento do PNAE;
* Implantação do bloco do Produtor rural em todo país;
* Manutenção e garantia de acesso das famílias camponesas a todos os direitos conquistados;
Os coordenadores do movimento mantiveram diálogo durante toda a ocupação com a direção da Receita Federal, e às 13:00h suas pautas foram finalmente atendidas. Foram encaminhados documentos contendo as reivindicações para os seguintes órgãos: superintendência de energia; SETRE; Embasa; CERB; SEINFRA; coordenação do programa “luz para todos”; CAR; e SEAGRI. Outros três documentos foram entregues às 15:00h com a presença dos coordenadores do MPA junto aos da Receita Federal, e serão encaminhados ao Governador Jaques Wagner, à SESAB e à SEC. Em Salvador, os companheir@s do MPA estão com diversas audiências marcadas.

O que é o MPA?

O Movimento dos Pequenos Agricultores é um movimento camponês de caráter nacional e popular. Um movimento de massas, autônomo de luta permanente. Organizado em grupos de famílias que produz alimentos saudáveis para o povo brasileiro, com respeito a quem produz, a quem consome e à própria terra, resgatando a identidade e a cultura camponesa.
Estamos nas ruas para reafirmar nosso compromisso com o campesinato e com os trabalhadores urbanos e cobrar ações do Estado brasileiro que garantam e fortaleçam a produção de alimentos no campo para a geração de renda das famílias camponesas e o abastecimento das famílias da cidade.

sexta-feira, 18 de maio de 2012


  
   O Levante Popular da Juventude é um movimento que quer transformar o atual modelo de sociedade que temos. Enquanto poucos vivem de privilégios e regalias, a grande maioria é agredida pela miséria e com a exploração de sua força de trabalho. A solução que encontramos para esse problema se dá a partir da organização popular.
     A juventude corresponde a uma grande parcela do po-vo brasileiro que sofre diariamente com a desigualdade e a opressão. Além disso, sentimos brutalmente os efeitos da estrutura do poder político atual, tendo como perspectiva um futuro incerto e caótico.
     O projeto do levante popular nada mais é do que a conquista e a afirmação das reivindicações históricas do povo brasileiro, que sempre foram rechaçadas pelos governantes do nosso país. Preconizamos o protagonismo da juventude nos processos de luta pelos direitos junto aos movimentos sociais, tanto os do campo, quanto os da cidade. O Levante é baseado no tripé organização, formação e luta.
     A juventude que aqui se faz presente, representando a periferia, o campo e centros urbanos, Movimento dos Pequenos Agricultores, Movimento dos Trabalhadores Desempregados, Hip Hop Consciência e Movimento Estu-dantil é diversificada em ideias e tem um grande poten-cial questionador, não aceitando as formas de exploração e dominação de nossa sociedade. Temos como objetivo a conscientização da juventude quanto a sua história e sua realidade, agindo de modo a mudá-la, confrontá-la.
    Vamos todas e todos construir coletivamente um projeto popular para o Brasil. Somos a juventude do projeto popular, somos o Levante Popular da Juventude!

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Nós dois, dois nós...
Corpo, alma, entrelaços, entre laços, entrelaçados
Céu, lua, estrela, bem querer...
Querer bem, quero bem, muito quero
Quero muito! E Agora!
E agora?
Posso querer-te e querer assim?
Eu nem sei, não se sabe, vai saber
, mas amo, te amo, e amo
A sensação de viver a te querer!