sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Delírios sem verbo!

Em minha memória todas as noites,
Todo mês, toda semana, todos os dias
Cenas de beijos, palavras, afagos, caricias, amor.

Na verdade, sintoma de saudade, muita saudade
Mas afinal, onde você?
Eu triste, sempre sozinha, tempo, tempo, tempo,
Mas a saudade não me deixa.

Sem forças para nada, 
Meus pés seguem um caminho
Independente de mim.
Uma felicidade falsa, um conformismo impuro

Passos e mais passos,
Equilíbrio o meu susto
Até que desperto, sozinha de novo
Na varanda vazia.




AMANTES





Não, não foi amor.
Foi paixão, desejo, prazer.
Foi sexo sem compromisso, foi sexo sem amor
Sexo cheio de paixão.
Foram celulares desligados,
Esconderijos apertados, 
Banheiro, elevador. 
Não, não foi amor.
Foi fogo, malícia, pegação.
Foi mão boba, mão aqui, mão ali,
Mas nunca mão na mão.
Não foi amor, mas foi bom enquanto durou.
Enquanto durava não machucava ninguém,
Mas agora que acabou não sobrou ninguem,
Mas eu sei, sei e sinto que nunca foi nem será, amor.
Pois nunca sobrou, nem faltou, foi na dose certa, do que nunca foi amor.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011



Engraçado o silêncio dos casais quando se desentendem...
Já não reconheço aquele casal que a 10 minutos discutiam o mundo, criticavam o sistema, palavras de um amor... Entre tantos outros infinitos assuntos, que os fazem parecer ter uma sintonia tão grande.
Mas quando se desentendem o silencio é congelador, simplesmente se calam!
No caminho pra casa ouve-se o motor do carro, os sussuros lá foram, menos as suas vozes.
Enquanto ele diz estar atento, olhando sempre a frente, ela procura imagens lá fora. Seus olhos parecem faróis baixos.
A cama está maior, vira-se cada um para um lado, já não se aninham num cantinho quente, como numa cama de solteiro num quartinho pequeno.
É impossível ver a noite cair assim... As pernas se agitam, o coração palpita, sente-se falta...
_ Me abraça meu amor!
E o calor retorna aos lençois. 

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Amar e ser amado.







 O cara diz que te ama, então tá. Ele te ama.
Sua mulher diz que te ama, então assunto encerrado.

Você sabe que é amado porque lhe disseram isso, as três palavrinhas mágicas. Mas saber-se amado é uma coisa, sentir-se amado é outra, uma diferença de milhas, um espaço enorme para a angústia instalar-se.
A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e verbalização, apesar de não sonharmos com outra coisa: se o cara beija, transa e diz que me ama, tenha a santa paciência, vou querer que ele faça pacto de sangue também?
Pactos. Acho que é isso. Não de sangue nem de nada que se possa ver e tocar. É um pacto silencioso que tem a força de manter as coisas enraizadas, um pacto de eternidade, mesmo que o destino um dia venha a dividir o caminho dos dois.
Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que sugere caminhos para melhorar, que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você, caso você esteja delirando. "Não seja tão severa consigo mesma, relaxe um pouco. Vou te trazer um cálice de vinho". 
Sentir-se amado é ver que ele lembra de coisas que você contou dois anos atrás, é vê-lo tentar reconciliar você com seu pai, é ver como ele fica triste quando você está triste e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d´água. "Lembra que quando eu passei por isso você disse que eu estava dramatizando? Então, chegou sua vez de simplificar as coisas. Vem aqui, tira este sapato."
Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro. Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que não existe assunto proibido, que tudo pode ser dito e compreendido. Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.